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domingo, 14 de dezembro de 2014

Afetividade entre Professores e Alunos como Facilitadora do Processo de Ensino e Aprendizagem



Afetividade entre Professores e Alunos como Facilitadora do Processo de Ensino e Aprendizagem

Veronyca Rivero Corrêa de Souza - Licencianda Curso de Ciências Biológicas da UFSC

1. Gostaria de ser um Bom Professor...

Ser “estagiário” não é, nem aos olhos dos escolares, nem na mente daquele que estagia, o mesmo que “ser professor”.
Não há como fugir... Para aqueles que se importam com a prática deste ofício, há sempre um certo anseio, nervosismo, expectativa... “Como vou lecionar?” “Como farei as aulas?” “Será que os alunos vão gostar de mim?” “Será que farei aulas divertidas?” “Será que conseguirão aprender com minhas explicações?”
Inúmeras são as preocupações que surgem...
É claro que nem tudo que aprendemos é nos trabalhos acadêmicos, nos fazeres científicos; é quase inevitável a busca por experiências pessoais para balizar a referência de profissional que desejamos ser; experiências vivenciadas! Quem de nós nunca pensou naquele “querido professor da infância” ao querer ser um bom professor?
Buscamos nestes personagens sagrados das memórias infantis as referências das boas aulas, dos bons gestos, dos momentos leves e divertidos, dos desenhos no quadro que eram muito melhores que os esquemas de livros (artefatos da tecnologia de uma era), do jeito que nos dirigiam o olhar atencioso ao dar uma explicação, da maneira que nos dirigiam olhares tenros ao entender que em certos momentos não estávamos interessados no ‘conteúdo da aula’, mas sedentos por um ‘conteúdo da vida’.
Quem de nós nunca teve um professor que era quase um segundo pai, uma segunda mãe, um amigo confidente, um líder fiel? De certa forma, um espelho das boas coisas que gostaríamos de ser quando crescer?

Admita, você que hoje é professor, certamente já pensou em algum dos seus professores para espelhar sua prática docente.
Nem sempre nossos professores foram ótimos profissionais, são pessoas, sujeitos também a falhas. Quando tentamos olhar nossas memórias através dos olhos infantis da época, como nós avaliávamos nossos professores?
“Fulano é legal”. Esse era o elogio mais sincero que a maioria de seus colegas poderia ter feito a algum professor em especial. A quantidade de significados implícita nesta única palavra, “legal”, é imensurável por qualquer modelo estatístico! Ela carrega uma avaliação das aulas, das práticas do professor, de sua afeição com os alunos, de seu relacionamento com a turma... Muitas coisas, todas resumidas pela sinceridade infantil na palavra “legal”.
Novamente, sejamos francos, até tinha aquele outro professor que “dava boas aulas, mas não era legal”. Não é mesmo?
Esta esfera emocional nos acompanha durante toda a vida. Quando crescemos (seja no Ensino Médio, ou no terceiro grau) aprendemos palavras mais difíceis e metódicas para avaliar o porquê de gostar ou não das aulas de um profissional; aprendemos com o tempo a frieza do modelo cartesiano; separamos a razão da emoção, aprendemos a falar com mais propriedade do professor que “dá boas aulas, mas que não é legal”.
Aprendemos a dissertar sobre práticas pedagógicas, organização curricular, transposição didática... Um milhão de aspectos que compõem uma aula, mas vamos deixando cada vez mais de lado a importância dos fatores que atribuem ao professor o adjetivo com ares sinceros de infância, “legal”.
Neste ensaio tratar-se-á sobre a relação afetiva entre alunos e professores. O quanto esta relação afeta o sistema ensino-aprendizagem, como uma relação positiva pode influenciar o aluno a gostar da disciplina por causa desta boa relação, ou ao menos demonstrar maior participação nas aulas.


2. Com a Palavra, a Turma 6º Ano A

Este estágio docência foi realizado na turma A do sexto ano do Ensino Fundamental, no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC. A turma era composta por 25 alunos; 8 meninos e 17 meninas.
Durante um mês, foi realizada a etapa de observação da turma, afim de que nos familiarizássemos com o ritmo da turma, conhecêssemos melhor as particularidades dos estudantes, e, na medida do possível, criássemos laços afetivos com os mesmos.
Este período que antecipou a regência das aulas foi muito precioso, não só pelos motivos listados acima, mas também para perceber a relação estabelecida entre o professor de ciências e a turma.
Observou-se que os alunos respeitavam o professor, tinham-lhe estima e, apesar de casos pontuais de indisciplina, dedicavam-se às aulas, tanto na realização de tarefas quanto durante o momento de aula em sala, fazendo perguntas, dando opiniões.
Eram elementos obrigatórios de todas as aulas sorrisos, risadas, corações felizes.
Claro que nem sempre tudo saia às mil maravilhas; quem tem experiência em lecionar, sabe muito bem que há momentos em que surge a necessidade de se chamar atenção de alguns indivíduos, de ter a fala um pouco mais dura para mostrar à turma que o comportamento geral não está colaborando para o bom andamento da classe. Situações assim, e similares, fazem parte; quando elas surgem, há de se ter equilíbrio para não ser o profissional estúpido, mal humorado, mas sim o disciplinado, que se faz respeitar e exige respeito da turma, que saberá corrigir sem maltratar.
Estas duas polaridades foram presenciadas e, vinha aquele pensamento: “o que eu faria?” “Naquela situação, será que eu falaria assim com o aluno?” “Será que valeria a pena ter parado a aula para chamar a atenção a isto?” “Será que eu colocaria o aluno para fora de sala?” Novamente, reflexões que fazem parte da construção do profissional que se deseja ser.


2. 1. Perfil da Turma

No primeiro dia do período de regência, foi aplicado um questionário (Anexo 1) para se conhecer o perfil da turma. Este documento era composto de três grandes áreas temáticas, intituladas: (1) Sobre sua Vida; (2) Você na Escola; (3) Estudo de Ciências.
As perguntas eram todas discursivas, intencionando com isso verificar a capacidade de expressão dos alunos, e também dando maior liberdade para que escrevessem de fato o que quisessem, sem se prender a opções pré-elencadas.
A primeira sessão era voltada à identificação do aluno, detalhes sobre sua estrutura familiar, ocupações preferidas e coisas relativas. A segunda sessão era sobre a vida escolar, questionando sobre o interesse do aluno em frequentar a escola, matéria preferida, tipos de aula que gosta, dentre outras. Por fim, a breve terceira sessão questionava se o aluno gostava de estudar ciências, e por quê, e o que havia aprendido de mais legal nesta disciplina. Muitas das perguntas da sessão dois poderiam ser repetidas na terceira, com finalidade de tornar o mapa da classe mais nítido, mas como não era intenção deixar os alunos cansados para responder, buscou-se deixar a última sessão mais objetiva.
As 14 perguntas totais foram escritas de maneira informal, tentando evitar a frieza que documentos desta natureza podem apresentar. Uma escrita mais informal foi escolhida na tentativa de estabelecer desde já uma aproximação com o escolar, uma espécie de diálogo através do papel. Apenas dois escolares não responderam, pois faltaram a aula no dia.
Todas as respostas se mostraram muito interessantes. O sucesso do questionário foi atribuído ao fato de ser todo discursivo. Muitas perguntas tiveram uma riqueza de respostas, que mereceriam investigações mais a fundo e ensaios com cada uma como tema principal. Mas neste trabalho nos ateremos às perguntas 2, 3 e 4 da segunda sessão e 1 da terceira sessão (Tabela 1).

Tabela 1. Perguntas elencadas para Análise
Sessão
Perguntas
Você na Escola

2. Qual sua matéria preferida? Por quê?

3. De que tipo de aula você gosta?


Estudo de Ciências
4. Como é um bom professor?

1. Gosta de estudar Ciências? Por quê?

O objetivo desta discussão não é fazer um levantamento estatístico, isto apagaria um pouco a intenção da mesma, mas apenas trabalhar um pouco com estes dados que apareceram. Afim de proteger a identidade dos alunos, as suas fichas foram nomeadas de A a W, e assim identificadas nos trechos transcritos no presente trabalho.
Na pergunta dois da sessão um, os alunos poderiam escrever mais de uma preferência; a disciplina de ciências foi mencionada sete vezes, mas isto neste trabalho não é o foco, e sim a justificativa da resposta. Por três vezes os alunos mencionaram que gostavam da matéria por causa do professor, sendo que estas três respostas tratavam da disciplina de ciências. Outras disciplinas tiveram justificativas diferentes para serem as preferidas: os alunos tinham facilidade na matéria, disseram ser “legal”, dentre outras respostas. Mas em nenhuma outra disciplina a resposta foi diretamente vinculada à figura do professor!

“Gosto de Ciências, porque o professor é divertido.”
(aluna “I”)

“Gosto de Ciências. O professor é muito divertido.”
(aluno “L”)

“Ciências, porque o professor é legal.”
(aluno “S”)

Na pergunta três da referida sessão, as respostas foram menos variadas, apresentando uma moda nas respostas que se referiam a aulas fora da sala de aula (10 vezes).  Outras respostas mencionaram a utilização de filmes, atividades em grupo; uma mencionou diretamente a figura do professor e outras três deram a entender que a interação do professor com a turma fazia a diferença.
“Gosto de aula divertida”
(aluno “B”)
“Animada”
(aluna “C”)
“Que o professor dá atividades no quadro”
(aluna “E”)
“Alegre, bagunçada e Divertida (sic)
(aluna “U”)

Quando os questionários começaram a ser analisados, foram surpreendente já estas respostas que se relacionavam diretamente com a figura do professor de ciências.
Foi deste ponto da análise que surgiu a primeira idéia de escrever sobre este tema. Mas esta intenção foi confirmada ao serem analisadas as respostas da questão quatro; de suas 23 respostas, cinco mencionavam diretamente o professor Alberto como exemplo de bom professor.

“É ser parecido com o Alberto”
(aluna “C”)
“Estilo o Alberto”
(aluno “D”)
“O professor de ciências é um bom exemplo”
(aluna “F”)
“Igual ao Alberto”
(alunos “R” e “S”)

Outras características elencadas, conforme transcrição simples (Tabela 2), foram percebidas pela estagiária como presentes também no referido professor.

Tabela 2. Transcrição simples das respostas à pergunta “Como é um Bom Professor?”
Aluno
Resposta
A
Atencioso, que explique bem
B
Divertido e calmo
C
Ser parecido com o Alberto
D
Estilo Alberto
E
Divertido
F
O professor de ciências é um bom exemplo
G
Que brinca
H
Engraçado, querido, gentil, explique bem
I
Divertido, sabe ensinar de uma maneira legal
J
Aquele que ajuda, brinca, ensina
K
Entende o aluno, explica, é divertido e cobra
L
Divertido mas severo quando preciso
M
Engraçado
N
Divertido, responsável, respeitoso e atencioso
O
Que ensine, seja legal
P
Que proponha aulas diferentes
Q
Engraçado, pulso forte
R
Igual ao Alberto
S
Igual ao Alberto
T
Não grita, não xinga, brinca
U
Divertido e engraçado
V
Legal e que ensina
W
Aquele que interage com a turma

A partir daqui fica claro que uma soma interessante da turma tem afeição pelo professor e foi possível correlacionar esta boa relação com o gosto por estudar ciências, que os alunos demonstraram na terceira parte do questionário.
Com exceção do aluno “E”, todos afirmaram gostar de estudar Ciências, aquele afirmou “gostar pouco”. E ao serem questionados sobre o motivo de gostarem de estudar esta disciplina, novamente surgem respostas que se referem ao professor como razão.

“Sim, o professor é legal”
(alunos “D” e “T”)
“O professor é muito legal, mas também tenho interesse pela matéria”
(aluna “N”)

Outras 14 respostas mencionaram a disciplina como “interessante” e/ou “legal”, as sete restantes tiveram respostas variadas como o aluno demonstrar facilidade em aprender, mencionar tópicos específicos de que gosta, mencionar a possibilidade de fazer experiências, dentre outros.
Verificar a citação do professor como exemplo de bom professor ser a  razão pela qual gosta de estudar ciências é um ponto realmente encantador para se fazer um trabalho.
Outros aspectos mais refinados poderiam ter sido pesquisados para incrementar este trabalho, como fazer perguntas mais específicas, entrevistas semi-estruturadas e mesmo aplicar questionários a outras turmas. Mas, este trabalho é para ser análise de uma experiência de estágio, e não necessariamente uma pesquisa desse teor, portanto estas possibilidades ficam em aberto para trabalhos futuros.
Uma vez verificado que os alunos gostam do professor, de que maneira é possível caracterizar a boa relação entre alunos e professores como facilitadora do sistema de ensino e aprendizagem?


3. Afetividade Essencial para esta Atividade Profissional

Parafraseando Zonta e Ferreira (2006, p.9), “educar é um dos trabalhos mais delicados em termos psicológicos”. É necessário se ter cuidado com as esferas emocionais de cada aluno, planejar as aulas e atividades pensando em cada um dos alunos. E nestes momentos delicados, planejamento e execução das aulas, o professor será percebido pela turma, e por ele mesmo, como “bom professor”, ou não; mais importante ainda, estabelecendo laços afetivos com estes sujeitos, sem negativos ou positivos.
A problematização do que significa ser um “bom” professor é algo que faz parte do campo individual (cada profissional buscando este significado na sua própria formação, inicial e continuada), mas que naturalmente também está sujeito a investigações científicas.
Em seu trabalho, Cunha (2010a) elenca e discute o resultado de pesquisas realizadas sobre o significado desta qualidade, e como este suposto perfil pode ser deslocado conforme o objetivo da pesquisa (NÓVOA, 1992 apud CUNHA, 2010). Dentre resultados destas pesquisas, tanto professores quanto alunos destacam a presença de empatia, bom relacionamento, vocação, motivação (do próprio profissional quanto a capacidade deste de motivar os alunos).
Cunha complementa com a afirmação de que o “bom professor” é portador de características reveladoras de alguém psicologicamente equilibrado, emocionalmente estável (disponibilidade afetiva Positiva), social e interessado pelos alunos (CUNHA, 2010).
Durante o estágio docência, esta era uma das preocupações, ser este profissional que atendesse às diferentes demandas dos escolares. Através dos questionários, e diversas interações nas aulas durante o período de observação, os alunos já haviam informado o que gostavam do professor vigente, como gostavam das aulas, como gostavam de sua prática.
Conforme as respostas da pergunta 4 (Tabela 1, Tabela 2), foi possível nortear um pouco o exercício da prática docente. É possível notar que os alunos deram grande importância ao aspecto afetivo. E talvez este realmente seja um atalho, uma alavanca, um meio que permita o caminho para ser um bom professor; afinal novas metodologias podem ser aprendidas durante a formação continuada, mas seriam elas eficientes sem a apresentação deste lado afetivo para com os escolares?
Rokosz (1988 apud CUNHA, 2010) pediu a estudantes de Educação Física para que se recordassem do melhor professor que tiveram, identificando as suas características, o que permitiria ao professor uma posição de relevo. A resposta dos inquiridos foi em todas as turmas unânime, pois a maioria dos alunos considerou que os melhores professores foram aqueles que se interessaram pessoalmente pelos seus alunos, bem como aqueles que os fizeram sentir-se especiais.
CUNHA (1989) em sua prática de observação, relata a preocupação dos professores com o clima favorável no ambiente escolar e com a participação dos alunos. Este é um ponto muito interessante, buscar pela participação deles nas aulas pode ser fácil ou não, e acreditamos que a participação deve ser de uma maneira positiva, que os alunos tenham autonomia para fazer perguntas, para sugerir idéias, para contar narrativas que se relacionam de algum modo com os temas trabalhados em sala e q façam sentido para ele.
A mesma autora relata o quanto percebeu ser positivo o professor se utilizar de indagações durante a aula para induzir a participação dos alunos. Instintivamente, durante o estágio aplicamos este tipo de abordagem.
Tornar o ensino mais condizente com a realidade dos alunos, a princípio pode ser um pouco desafiador, mas adequando-se a linguagem e trazendo as questões o mais próximo possível do cotidiano deles, parece tornar mais fácil esta atividade.
Exemplifica-se esta situação com a introdução da aula de “Características Morfológicas das Folhas”. Este é um conteúdo curricular que pode ser massante justamente pela quantidade de nomenclaturas, que os alunos tanto reclamam... No início da aula, trabalhamos questões motivadoras ao apresentar a seguinte gravura (através de projetor):

http://thumbs.dreamstime.com/z/grupo-de-folhas-do-vetor-32791073.jpg
Figura 1. Diversos exemplos de folhas

Perguntamos “Como são estas folhas?”. Uma pergunta abrangente, na qual as respostas eram bastante aproximadas. “São verdes, tem cabinho...”, respondiam os alunos. A partir disto, partíamos para níveis mais detalhados, apontando para uma das folhas e perguntando: “como você explicaria esta folha aqui para uma pessoa que não enxerga?”; apontando para mais uma: “e como você explicaria a diferença no formato dessas aqui?”
Os alunos pareciam gostar de tentar responder os “desafios”, pois sequer esperavam sua vez de falar, indicavam exemplos aproximados com outros materiais: “parece uma estrela, parece uma arvorezinha”. E assim íamos explorando diferentes características. O formato da folha era uma delas, mas com outras imagens trabalhamos os tipos de margem, de nervura, dentre outras. Sempre apresentando imagens de plantas presentes na região para facilitar o aprendizado, aumentando as chances dos alunos as reconhecerem e, “as perceberem com outros olhos”.
Nesta mesma aula, após a apresentação de imagens, foi realizada uma saída na horta da escola, pedindo que os alunos coletassem exemplares diferentes de folhas e nomeassem diferentes características. Neste espaço, os alunos tiveram maior oportunidade de interagir entre si, ajudando-se, interagindo mais com as estagiárias de docência, fazendo-lhes perguntas, apontando exemplos que achavam interessantes e dos quais queriam saber mais...
Manter uma boa relação com os alunos, elaborar e aplicar aulas conforme suas necessidades e expectativas... Acredito que isto seja “ser um bom professor”. A partir do questionário aplicado, sabíamos que eles tinham interesses por aulas ao ar livre, por aulas com vídeos, atividades “diferentes”. Portanto poder montar e executar o planejamento das aulas com base no desejo deles e também pelo que nós julgávamos possível ou indispensável, foi muito bom. Um exercício que deveria ser praticado sempre que possível.
Desde o planejamento das aulas, já pensamos nos alunos. Damos nossas aulas para os alunos. Acreditamos ser natural a preocupação de, na medida do possível, atender às suas diferentes demandas. Esta é uma preocupação saudável que surgiu nas primeiras experiências pedagógicas, e que deve se manter durante a trajetória profissional. Naturalmente, nem sempre é possível desenvolver uma atividade que o próprio profissional julgue ótima, ou a mais adequada para um tema específico sendo trabalhado, existem outros fatores que podem influenciar no exercício da profissão (carga horária, espaço escolar, currículo), mas existe sempre a necessidade de se tentar!
O autor Mizukami (1986 apud LIRA, 2013) afirma que o processo de ensino depende do caráter individual do professor, como ele se inter-relaciona com o caráter individual do aluno. Lembrando que esta atividade profissional expõe ambos componentes a relações interpessoais diariamente, é natural que ocorram correspondências e/ou divergências neste relacionamento construído. Cada sujeito tem uma cosmovisão, portanto cada professor terá “um jeito” de compreender sua prática docente, de ministrar as aulas, de interagir com os alunos, podendo ser mais impessoal ou não; da mesma maneira, cada aluno terá sua própria maneira de compreender o momento e espaço da aula, somado a seus interesses particulares, motivações internas para aprender ou não.
Muitas vezes, em uma tentativa de motivar os alunos a se dedicarem à disciplina e terem bom desempenho, pessoas os aconselharam da seguinte maneira: “você tem que gostar da matéria, e não do professor!”, “você não pode deixar o mau relacionamento com o professor afetar suas notas!”.
Será que esta imparcialidade total é possível? Será que esta total interdependência entre ambos fatores é possível?
Conforme vimos nas respostas dos questionários, há estudantes que claramente afirmaram gostar da disciplina de ciências por causa do professor, relembrando aqueles que o mencionaram como bom exemplo de “bom professor”. Portanto, se há influência para o sentido positivo, de ter bom desenvolvimento na disciplina, o contrário também pode ocorrer.
Concordamos com autores que afirma que o professor deve ser um facilitador da aprendizagem (MOREIRA, 2000). Ele deverá, nesta perspectiva relacionar-se empaticamente com seus alunos, compreendendo a riqueza que é cada um, esforçando-se por criar um clima favorável para a aprendizagem, colocando-se como pessoa acessível aos estudantes. Por se tratar de uma relação humana, não há como prever causas e efeitos diretos e sempre previsíveis, processos nomológicos, mas há de se convir que é tarefa primeira do professor mostrar-se acessível aos escolares, demonstrar solidariedade, estar disposto a dar afeto.
Se o escolar é cativado pelo professor, haverá algo mais precioso do que meramente uma relação fria entre “mestre” e “aprendiz”, haverá uma relação de carinho, de interesse, de preocupação, de motivação. Um se importará com o outro, o professor com o desenvolvimento e aprendizagem do aluno, o aluno com a dedicação e zelo do professor.
Quando se mantém um bom relacionamento, se constrói, de maneira mais adequada, um bom aprendizado. Por outro lado, se a relação afetiva não se faz presente, poderá influenciar negativamente o aluno, considerando que o mesmo possa vir a adquirir dificuldades disciplinares (ZONTA, FERREIRA, 2006).
No questionário aplicado, não foi perguntado aos escolares qual disciplina eles menos gostavam, mas isto seria possível de ser feito em trabalhos futuros, afim de investigar se a atuação do professor tem influência nesta falta de preferência, e de que maneira ela seria: metodologia das aulas, relacionamento com os alunos...


4. Quem se Envolve se Desenvolve

“A dialogicidade é a essência da educação” (FREIRE, 1974), tornando isto verdade, a relação professor-aluno é horizontal, e não imposta. Há preocupação por parte do professor com cada aluno em si, com o processo de ensino e aprendizagem, e não com resultados padronizados.
Professores e alunos devem estar em sintonia para poder trabalhar, através deste canal há espaço para o surgimento da afetividade, da aprendizagem de conteúdos da vida para além dos conteúdos da aula.
Quando surge esta afetividade, é natural compreender e esperar pela expectativa do aluno de ter a aula do professor que ele gosta, resultando em um envolvimento maior com o professor, este facilitador do aprendizado, bem como em mais oportunidade para o aluno se desenvolver nos caminhos que a disciplina deste professor oferece.
Todo trabalho envolve algum investimento afetivo por parte do trabalhador, quer seja na relação estabelecida com outros, quer mesmo na relação estabelecida com o produto de trabalho, pois, apesar dos diferentes caminhos e dos inevitáveis conflitos, a afetividade tende se desenvolver e a se consolidar como o mais forte elo, ou seja, aquele que propicia condições de desenvolvimento da pessoa como um todo (ZONTA, FERREIRA, 2006).
Não existe a intenção de afirmar aqui que quando não há qualquer tipo de afetividade entre alunos e professores, não há também o aprendizado. Claro que há, mas muito provavelmente apenas uma fixação de conteúdos. Serão significativos? Perdurarão na vida dos escolares? As experiências pessoais é que darão as respostas. Supõe-se que com aulas que envolvam os alunos também de uma maneira afetiva, tenham maior participação nas aulas, e como conseqüência, um aprendizado mais significativo.
De tudo isto uma lição fica clara, é necessário o envolvimento emocional entre professores e alunos. Uma vez que exista esta interação, a prática docente se tornará mais prazerosa, afetiva, efetiva... Isto certamente sensibiliza os alunos a se interessarem pelas aulas lecionadas com sentimentos positivos e fraternos. Facilitando o envolvimento, facilita a aprendizagem, a criação de significados para os conteúdos trabalhados.
De modo algum é intenção utilizar-se destes sentimentos de companheirismo para “comprar” os alunos, seduzi-los tão somente para que colaborem nas aulas, ou algo parecido. A intenção é valorizar esferas humanas além da racionalidade, demonstrar que a afetividade é necessária e indispensável para relações saudáveis.
O ambiente escolar é um espaço rico de oportunidades para se demonstrar afeto. Tornar isto como item da prática docente faz-se, aos olhos da autora, uma necessidade.
Durante o estágio de docência, intencionou-se ter este tipo de prática, para estabelecer com os alunos uma relação que fosse além dos muros da interação ‘profissional’.
Durante os intervalos de classe, nos pequenos espaços de tempo antes ou depois das aulas, os alunos sempre estão conversando entre si, e este é um ótimo momento para o professor se aproximar deles, saber dos “assuntos quentes” das aulas, das músicas que estão ouvindo no momento, dos filmes que estão fazendo sucesso entre eles... Sempre aproveitávamos estes momentos para conhecê-los melhor.
Descobrir que a turma inteira gosta do mesmo filme de terror, que alguns alunos gostam de mangá (inclusive alguns que a autora também lê), quem está afim de quem, são “informações” que não se aprende por meio de questionários.
Tentávamos utilizar estes saberes na elaboração das aulas também. Por exemplo, na aula de “Flores”, um dos slides introdutórios da aula foi sobre um dicionário de flores (Figura 2; utilizado por volta do século XIX, na França), no qual cada flor significava uma frase, que poderia ser uma declaração de amor ou exatamente o contrário. Informações que “não estão no escopo da ciência”, mas que para eles tem grande importância!
É muito fácil imaginar os olhares engraçadinhos que trocavam entre si, por saber de casaizinhos entre as turmas, ou brincar com aqueles colegas que “poderiam ser um par”. Surgiram também comentários entre eles, um aluno que dizia para outro em especial, “Ah, vou te dar uma flor laranja, fulano!”.
A legenda das flores está em francês, uma das estagiárias tem conhecimento da língua e conseguia as traduzir, no entanto, isto não foi tão necessário, já que os alunos têm aula do idioma e muitos conseguiam ler as legendas sem muitos problemas.
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/wp-content/uploads/2014/04/dicionario-das-flores.jpeg
Figura 2. Dicionário de Flores, França, séc. XIX.

Ainda na aproximação dos saberes científicos com os da cultura geral, utilizamos o exemplo de Pokémons (personagem de animê de mesmo nome) inspirados em plantas reais, como o da Figura 3.
Durante as aulas buscava-se ter o discurso de que a Biologia tem a ver com quase tudo no mundo, que as Ciências estam presentes no nosso cotidiano sempre de uma maneira ou de outro, para perceber, bastava prestar atenção de vez em quando ou mesmo sensibilizar o olhar. Dizíamos que muito do que aprendem na escola poderia estar próximo de situações que viviam. Esta era uma tentativa de motivá-los também a estudar com outros interesses além de “passar de ano”.
Figura 3. Pokémon Vileplume insprado a partir da flor Rafflesia arnoldi

Diversos exemplos poderiam ser dados de situações que usamos a interconexão de ciências com outras áreas e situações do cotidiano. Neste quesito, a possibilidade de poder mostrar imagens grandes através do projetor de sala, ou de fazer estas correlações nas atividades (fora e dentro da sala de aula) foram muito produtivas.
Houve uma aula em que a turma fez um passeio à Horta Agroecológica, mantida pelo Grupo de Estudos Ambientais da Biologia (GRABio), localizada no Centro de Ciências Biológicas. Uma das atividades da saída foi conhecer plantas novas no local, perceber suas interações ecológicas e conhecer algumas plantas comestíveis. O momento de maior alegria no aspecto coletivo da turma (porque cada indivíduo teve seu próprio momento de maior satisfação) foi conhecer a planta “menta”. Muitos já comeram balas de menta, chicletes e similares, mas nenhum conhecia a planta! Poder vê-la, tocá-la reconhecer na planta o sabor natural que encontram artificialmente em diferentes alimentos foi do agrado de todos.
Em momentos assim, acredito que seja difícil o próprio professor não ficar contente com o fato dos alunos terem satisfação em participar da aula, imaginar que este momento foi especial para eles e que se lembrarão, talvez, que foi “naquela aula da professora X que conhecemos a planta de menta pela primeira vez”. Novamente, uma aula planejada, mas com espaço a momentos surpresa como este, a interações da parte dos alunos, aberta a qualquer tipo de pergunta que eles poderiam fazer. Reforçamos neste momento a importância do professor ser bastante capacitado na sua área de formação, para não ficar preso somente a tópicos que ele intencionou abordar em aula. Os alunos sempre farão perguntas, é bom sempre saber lidar com elas, seja para satisfazer uma curiosidade pontual, seja para propor o delineamento de um bom trabalho coletivo...

5. Estamos no caminho certo?
Uma coisa é o estagiário se preparar, de acordo com suas experiências vividas na academia, para o momento de dar aula, ter uma opinião bem formada a respeito de si, se seria um professor bom ou não (no sentido de se envolver com os alunos, explicar bem a matéria, elaborar trabalhos interessantes). Outra coisa é o que os alunos pensarão sobre ele.
No último dia de aula, foi pedido que os alunos fizessem uma avaliação das estagiárias (Anexo 2). Tinha-se o interesse de saber o que acharam da metodologia, aulas que acharam mais interessantes, maneira das estagiárias de lecionar, dentre outras.
Neste texto, será tratado da avaliação feita sobre a autora, que não teve neste período sua primeira experiência com ambiente escolar.
As respostas à pergunta “Você acha que a Veronyca foi uma boa professora? Por quê?” foram bastante positivas, e se referiam por vezes à metodologia da estagiária e por outras ao envolvimento afetivo desta com os alunos.
Neste questionário, foi solicitado aos alunos que não se identificassem, para que pudessem se sentir mais livres em responder. Ainda assim, houve alguns que fizeram questão de se identificar, talvez para deixar claro um envolvimento que criaram com as estagiárias. Para organizar os dados, as fichas foram identificadas de 1 a 23, não sendo possível fazer uma correspondência entre os questionários do Perfil da Turma com estes.

Tabela 3. Transcrição simples das respostas à pergunta “Você acha que a Veronyca foi uma boa professora? Por quê?”
Aluno
Resposta
1
Sim, porque ela é igualzinha ao Alberto
2
Sim, porque ela ensina de um jeito muito claro e ela é legal
3
Melhor que Claudini porque ela se entrosa com os alunos facilmente
4
Sim, porque ela explica bem, conversa com a gente e é legal
5
Sim, ela é muito divertida, legal, explica bem e etc...
6
Sim, ela é legal
7
Sim, falando mais relaxadamente, calmamente e nunca gritou com a gente
8
Sim, pois explica de um jeito que fixa minha atenção
9
Sim, gosto do jeito que lida com a gente
10
Sim, porque ela é engraçada e legal. Sabe explicar
11
Sim, porque ela é muito divertida e dinâmica
12
Mais ou menos, não gostei muito da técnica dela
13
Sim, porque ensina de um modo que conseguimos entender, além de ser divertida
14
Sim, explica direito e quando não entendemos ela explica claramente e é divertida
15
Sim, por ter paciência com a gente
16
Sim, pois ela é muito legal e explica muito bem
17
Aham... Porque sim
18
Sim, ela explicava bem as coisas e nos atendia sempre, e sempre trazia materiais
19
Sim, professora legal
20
Sim, porque ela é muito legal!!! Ela tem um jeito legal de explicar as coisas e também acalma a sala quando está agitada
21
Sim, ela explica bem e é um pouco braba, divertida, bem empolgante
22
Sim, muito divertida e atenciosa também
23
Gostei muito, ela interage bastante, conversa e nos explica conversando

Lendo nas respostas a importância dada ao aspecto afetivo, e cruzando-as com as respostas das outras perguntas do questionário, conclui-se que este exercício de docência obteve êxito. Valorizando não somente aspectos metodológicos, mas também o “aspecto humano” da profissão.
Os alunos mencionaram coisas que gostaram nas aulas, que não gostaram, o que aprenderam de mais interessante... Pelas atividades realizadas por eles, e pela vivência das aulas, pudemos notar participação das aulas, reforçando que se mantiveram envolvidos nas aulas, não só por “atividades interessantes”, “atividades fora da sala de aula”, dentre outros, mas também, e talvez principalmente, por terem estabelecido vínculos afetivos com as estagiárias.

Considera-se que, quanto mais cedo na formação de professores, estes aspectos forem declaradamente trabalhados e desenvolvidos, mas prazerosa poderá se tornar a prática docente, mas se poderá cativar e se deixar cativar pelos escolares, o ensino será mais produtivo, as relações humanas, silenciadas de vez em quando por formalidades impostas, serão plenamente satisfeitas.



Referências
CUNHA, A. C. Representação do “Bom” Professor: o “bom” professor em geral e o “bom” professor de educação física em particular. Educação em Revista, v. 11, n. 2, p.41 – 52, Julho – Dezembro. Marília, PR. 2010. Disponível em < http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/view/2320/1905> Acesso em 12 de Dezembro de 2014-12-12

CUNHA, M. I. O Bom Professor e sua Prática. Campinas, SP: Papirus, 20ª ed. 1989. Disponível em < http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=LcDDvVIQy1QC&oi=fnd&pg=PA131&dq=bom+professor&ots=snOK3iTYsx&sig=J8X1t8pgrEw-Qsyc0G2iGPRj0LA#v=onepage&q&f=false> Acesso em 12 de Dezembro de 2014

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.

MIZUKAMI, M.G.N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. apud LIRA, P. H. P.  A Influência da Relação Professor-Aluno na Motivação/Desmotivação à Aprendizagem. Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdade UnB Planaltina. Planaltina, DF. 2013. Disponível em <http://bdm.unb.br/bitstream/10483/5903/1/2013_PedroHenriquePereiraLira.pdf> Acesso em 09 de Dezembro de 2014.

MOREIRA, M. A. Aprendizagem Significativa Crítica. Atas do III Encontro Internacional sobre Aprendizagem Significativa, Lisboa (Peniche), Portugal. 2000. Disponível em <http://www.if.ufrgs.br/~moreira/apsigcritport.pdf> Acesso em 9 de Dezembro de 2014

ROKOSZ, S. Student teaching siminer. Journal of Physycal Education Recreation and Dance,v.2, n.59, p. 25 – 31. 1988.

ZONTA, M. A.; FERREIRA, J. P. Afetividade e Educação: a relação professor/aluno interfere na preferência da disciplina? VI Congresso Nacional da Educação (EDUCERE), Pontifica Universidade Católica do Paraná, Curitiba – PR. 2006. Disponível em
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2006/anaisEvento/docs/CI-055-TC.pdf> Acesso em 8 de Dezembro de 2014












































ANEXO 1. Questionário do Perfil da Classe

Colégio de Aplicação UFSC. Aula de Ciências – Turma 6A
Estagiárias Veronyca e Claudini
QUESTIONÁRIO
Identificação
Nome:__________________________ Idade:____ Data de Aniversário: ______________

A.   Sobre sua Vida
1. Você mora com quem?_____________________________________________________
2. O que gosta de fazer quando tem tempo livre?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. O que faz quando usa a internet? Usa muito o computador?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Gosta de ler (livros, revistas, gibis, mangás, blogs, etc)? Tem algum livro favorito?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Gosta de ver TV? Tem algum programa ou filme favorito?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Que meio de transporte usa para ir à escola?____________________________________
7. Diga alguma coisa de importante que aconteceu na sua vida.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

B.   Você na Escola
1. Você gosta de estudar? Acha que é importante frequentar a escola?
__________________________________________________________________________

2. Qual sua matéria preferida? Por quê?
__________________________________________________________________________

3. De que tipo de aula você gosta?
__________________________________________________________________________

4. Como é um bom professor?
__________________________________________________________________________

5. O que você quer ser quando crescer?
__________________________________________________________________________

C.   Estudo de Ciências
1. Gosta de estudar ciências? Por quê?
__________________________________________________________________________

2. O que aprendeu de mais legal na aula de ciências?
__________________________________________________________________________

ANEXO 2. Avaliação das Estagiárias.
COLÉGIO DE APLICAÇÃO UFSC
Estágio de Ensino de Ciências

Estagiárias Claudini H. de Pieri & Veronyca R. C. de Souza

Avaliação das Estagiárias

Poisé, turminha. Esse semestre passou beeeeeeem rápido! Nossas aulas também.
Bom, como vocês sabem, nós duas estamos estudando para sermos boas professoras de Ciências e Biologia, e vocês podem nos ajudar agora a ver se estamos conseguindo ou não.
Respondam as perguntinhas abaixo com sinceridade. E podem ficar tranqüilos, ok? Nós não vamos saber quem respondeu o quê, então sejam mesmo sinceros. ;)

Sobre as Aulas

1. Estudamos juntos características e tipos de folha, caule, raiz, frutos, flor, alimentação e um pouquinho de agroecologia. De qual (quais) aula (s) você gostou mais? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Teve alguma aula, ou atividade, que você não gostou ou achou chata? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. O que aprendeu de mais legal com a gente?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Sobre as Estagiárias

1. Você acha que falamos de um jeito claro durante as aulas? Teve alguma coisa que fizemos que você não gostou?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Você acha que a Claudini foi uma boa professora? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Você acha que a Veronyca foi uma boa professora? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________


4. Gostaria de deixar algum recadinho?