Afetividade entre
Professores e Alunos como Facilitadora do Processo de Ensino e Aprendizagem
Veronyca Rivero Corrêa de Souza - Licencianda Curso de Ciências Biológicas da UFSC
1.
Gostaria de ser um Bom Professor...
Ser “estagiário” não é,
nem aos olhos dos escolares, nem na mente daquele que estagia, o mesmo que “ser
professor”.
Não há como fugir... Para
aqueles que se importam com a prática deste ofício, há sempre um certo anseio,
nervosismo, expectativa... “Como vou lecionar?” “Como farei as aulas?” “Será
que os alunos vão gostar de mim?” “Será que farei aulas divertidas?” “Será que
conseguirão aprender com minhas explicações?”
Inúmeras são as preocupações
que surgem...
É claro que nem tudo que
aprendemos é nos trabalhos acadêmicos, nos fazeres científicos; é quase
inevitável a busca por experiências pessoais para balizar a referência de
profissional que desejamos ser; experiências vivenciadas! Quem de nós nunca
pensou naquele “querido professor da infância” ao querer ser um bom professor?
Buscamos nestes
personagens sagrados das memórias infantis as referências das boas aulas, dos
bons gestos, dos momentos leves e divertidos, dos desenhos no quadro que eram
muito melhores que os esquemas de livros (artefatos da tecnologia de uma era),
do jeito que nos dirigiam o olhar atencioso ao dar uma explicação, da maneira
que nos dirigiam olhares tenros ao entender que em certos momentos não
estávamos interessados no ‘conteúdo da aula’, mas sedentos por um ‘conteúdo da
vida’.
Quem de nós nunca teve um
professor que era quase um segundo pai, uma segunda mãe, um amigo confidente,
um líder fiel? De certa forma, um espelho das boas coisas que gostaríamos de
ser quando crescer?
Admita, você que hoje é
professor, certamente já pensou em algum dos seus professores para espelhar sua
prática docente.
Nem sempre nossos
professores foram ótimos profissionais, são pessoas, sujeitos também a falhas.
Quando tentamos olhar nossas memórias através dos olhos infantis da época, como
nós avaliávamos nossos professores?
“Fulano é legal”. Esse era
o elogio mais sincero que a maioria de seus colegas poderia ter feito a algum
professor em especial. A quantidade de significados implícita nesta única
palavra, “legal”, é imensurável por qualquer modelo estatístico! Ela carrega
uma avaliação das aulas, das práticas do professor, de sua afeição com os
alunos, de seu relacionamento com a turma... Muitas coisas, todas resumidas
pela sinceridade infantil na palavra “legal”.
Novamente, sejamos
francos, até tinha aquele outro professor que “dava boas aulas, mas não era
legal”. Não é mesmo?
Esta esfera emocional nos
acompanha durante toda a vida. Quando crescemos (seja no Ensino Médio, ou no
terceiro grau) aprendemos palavras mais difíceis e metódicas para avaliar o
porquê de gostar ou não das aulas de um profissional; aprendemos com o tempo a
frieza do modelo cartesiano; separamos a razão da emoção, aprendemos a falar
com mais propriedade do professor que “dá boas aulas, mas que não é legal”.
Aprendemos a dissertar
sobre práticas pedagógicas, organização curricular, transposição didática... Um
milhão de aspectos que compõem uma aula, mas vamos deixando cada vez mais de
lado a importância dos fatores que atribuem ao professor o adjetivo com ares sinceros
de infância, “legal”.
Neste ensaio tratar-se-á
sobre a relação afetiva entre alunos e professores. O quanto esta relação afeta
o sistema ensino-aprendizagem, como uma relação positiva pode influenciar o
aluno a gostar da disciplina por causa desta boa relação, ou ao menos
demonstrar maior participação nas aulas.
2.
Com a Palavra, a Turma 6º Ano A
Este estágio docência foi
realizado na turma A do sexto ano do Ensino Fundamental, no Colégio de Aplicação
da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC. A turma era
composta por 25 alunos; 8 meninos e 17 meninas.
Durante um mês, foi
realizada a etapa de observação da turma, afim de que nos familiarizássemos com
o ritmo da turma, conhecêssemos melhor as particularidades dos estudantes, e,
na medida do possível, criássemos laços afetivos com os mesmos.
Este período que antecipou
a regência das aulas foi muito precioso, não só pelos motivos listados acima,
mas também para perceber a relação estabelecida entre o professor de ciências e
a turma.
Observou-se que os alunos
respeitavam o professor, tinham-lhe estima e, apesar de casos pontuais de
indisciplina, dedicavam-se às aulas, tanto na realização de tarefas quanto
durante o momento de aula em sala, fazendo perguntas, dando opiniões.
Eram elementos
obrigatórios de todas as aulas sorrisos, risadas, corações felizes.
Claro que nem sempre tudo
saia às mil maravilhas; quem tem experiência em lecionar, sabe muito bem que há
momentos em que surge a necessidade de se chamar atenção de alguns indivíduos,
de ter a fala um pouco mais dura para mostrar à turma que o comportamento geral
não está colaborando para o bom andamento da classe. Situações assim, e
similares, fazem parte; quando elas surgem, há de se ter equilíbrio para não
ser o profissional estúpido, mal humorado, mas sim o disciplinado, que se faz
respeitar e exige respeito da turma, que saberá corrigir sem maltratar.
Estas duas polaridades
foram presenciadas e, vinha aquele pensamento: “o que eu faria?” “Naquela
situação, será que eu falaria assim com o aluno?” “Será que valeria a pena ter
parado a aula para chamar a atenção a isto?” “Será que eu colocaria o aluno
para fora de sala?” Novamente, reflexões que fazem parte da construção do
profissional que se deseja ser.
2.
1. Perfil da Turma
No primeiro dia do período
de regência, foi aplicado um questionário (Anexo 1) para se conhecer o perfil
da turma. Este documento era composto de três grandes áreas temáticas,
intituladas: (1) Sobre sua Vida; (2) Você na Escola; (3) Estudo de Ciências.
As perguntas eram todas
discursivas, intencionando com isso verificar a capacidade de expressão dos
alunos, e também dando maior liberdade para que escrevessem de fato o que
quisessem, sem se prender a opções pré-elencadas.
A primeira sessão era
voltada à identificação do aluno, detalhes sobre sua estrutura familiar,
ocupações preferidas e coisas relativas. A segunda sessão era sobre a vida
escolar, questionando sobre o interesse do aluno em frequentar a escola, matéria
preferida, tipos de aula que gosta, dentre outras. Por fim, a breve terceira
sessão questionava se o aluno gostava de estudar ciências, e por quê, e o que
havia aprendido de mais legal nesta disciplina. Muitas das perguntas da sessão
dois poderiam ser repetidas na terceira, com finalidade de tornar o mapa da
classe mais nítido, mas como não era intenção deixar os alunos cansados para
responder, buscou-se deixar a última sessão mais objetiva.
As 14 perguntas totais foram
escritas de maneira informal, tentando evitar a frieza que documentos desta
natureza podem apresentar. Uma escrita mais informal foi escolhida na tentativa
de estabelecer desde já uma aproximação com o escolar, uma espécie de diálogo
através do papel. Apenas dois escolares não responderam, pois faltaram a aula
no dia.
Todas as respostas se
mostraram muito interessantes. O sucesso do questionário foi atribuído ao fato
de ser todo discursivo. Muitas perguntas tiveram uma riqueza de respostas, que
mereceriam investigações mais a fundo e ensaios com cada uma como tema
principal. Mas neste trabalho nos ateremos às perguntas 2, 3 e 4 da segunda
sessão e 1 da terceira sessão (Tabela 1).
Tabela
1.
Perguntas elencadas para Análise
Sessão
|
Perguntas
|
Você na Escola
|
2. Qual sua matéria preferida? Por quê?
|
|
3. De que tipo de aula você gosta?
|
Estudo de Ciências
|
4. Como é um bom professor?
1. Gosta de estudar Ciências? Por quê?
|
O objetivo desta discussão
não é fazer um levantamento estatístico, isto apagaria um pouco a intenção da
mesma, mas apenas trabalhar um pouco com estes dados que apareceram. Afim de
proteger a identidade dos alunos, as suas fichas foram nomeadas de A a W, e
assim identificadas nos trechos transcritos no presente trabalho.
Na pergunta dois da sessão
um, os alunos poderiam escrever mais de uma preferência; a disciplina de
ciências foi mencionada sete vezes, mas isto neste trabalho não é o foco, e sim
a justificativa da resposta. Por três vezes os alunos mencionaram que gostavam
da matéria por causa do professor, sendo que estas três respostas tratavam da
disciplina de ciências. Outras disciplinas tiveram justificativas diferentes
para serem as preferidas: os alunos tinham facilidade na matéria, disseram ser
“legal”, dentre outras respostas. Mas em nenhuma outra disciplina a resposta
foi diretamente vinculada à figura do professor!
“Gosto de Ciências, porque o professor é divertido.”
(aluna “I”)
“Gosto de Ciências. O professor é muito divertido.”
(aluno “L”)
“Ciências, porque o professor é legal.”
(aluno “S”)
Na pergunta três da
referida sessão, as respostas foram menos variadas, apresentando uma moda nas
respostas que se referiam a aulas fora da sala de aula (10 vezes). Outras respostas mencionaram a utilização de
filmes, atividades em grupo; uma mencionou diretamente a figura do professor e
outras três deram a entender que a interação do professor com a turma fazia a
diferença.
“Gosto de aula divertida”
(aluno “B”)
“Animada”
(aluna “C”)
“Que o professor dá atividades no quadro”
(aluna “E”)
“Alegre, bagunçada e Divertida (sic)”
(aluna “U”)
Quando os questionários
começaram a ser analisados, foram surpreendente já estas respostas que se
relacionavam diretamente com a figura do professor de ciências.
Foi deste ponto da análise
que surgiu a primeira idéia de escrever sobre este tema. Mas esta intenção foi
confirmada ao serem analisadas as respostas da questão quatro; de suas 23
respostas, cinco mencionavam diretamente o professor Alberto como exemplo de
bom professor.
“É ser parecido com o Alberto”
(aluna “C”)
“Estilo o Alberto”
(aluno “D”)
“O professor de ciências é um bom exemplo”
(aluna “F”)
“Igual ao Alberto”
(alunos “R” e “S”)
Outras características
elencadas, conforme transcrição simples (Tabela 2), foram percebidas pela
estagiária como presentes também no referido professor.
Tabela 2.
Transcrição simples das respostas à pergunta “Como é um Bom Professor?”
Aluno
|
Resposta
|
A
|
Atencioso, que explique bem
|
B
|
Divertido e calmo
|
C
|
Ser parecido com o Alberto
|
D
|
Estilo Alberto
|
E
|
Divertido
|
F
|
O professor de ciências é um bom exemplo
|
G
|
Que brinca
|
H
|
Engraçado, querido, gentil, explique bem
|
I
|
Divertido, sabe ensinar de uma maneira legal
|
J
|
Aquele que ajuda, brinca, ensina
|
K
|
Entende o aluno, explica, é divertido e cobra
|
L
|
Divertido mas severo quando preciso
|
M
|
Engraçado
|
N
|
Divertido, responsável, respeitoso e atencioso
|
O
|
Que ensine, seja legal
|
P
|
Que proponha aulas diferentes
|
Q
|
Engraçado, pulso forte
|
R
|
Igual ao Alberto
|
S
|
Igual ao Alberto
|
T
|
Não grita, não xinga, brinca
|
U
|
Divertido e engraçado
|
V
|
Legal e que ensina
|
W
|
Aquele que interage com a turma
|
A partir daqui fica claro
que uma soma interessante da turma tem afeição pelo professor e foi possível
correlacionar esta boa relação com o gosto por estudar ciências, que os alunos
demonstraram na terceira parte do questionário.
Com exceção do aluno “E”,
todos afirmaram gostar de estudar Ciências, aquele afirmou “gostar pouco”. E ao
serem questionados sobre o motivo de gostarem de estudar esta disciplina,
novamente surgem respostas que se referem ao professor como razão.
“Sim, o professor é legal”
(alunos “D” e “T”)
“O professor é muito legal, mas também tenho interesse
pela matéria”
(aluna “N”)
Outras 14 respostas
mencionaram a disciplina como “interessante” e/ou “legal”, as sete restantes
tiveram respostas variadas como o aluno demonstrar facilidade em aprender,
mencionar tópicos específicos de que gosta, mencionar a possibilidade de fazer
experiências, dentre outros.
Verificar a citação do
professor como exemplo de bom professor ser a razão pela qual gosta de estudar ciências é um
ponto realmente encantador para se fazer um trabalho.
Outros aspectos mais
refinados poderiam ter sido pesquisados para incrementar este trabalho, como
fazer perguntas mais específicas, entrevistas semi-estruturadas e mesmo aplicar
questionários a outras turmas. Mas, este trabalho é para ser análise de uma
experiência de estágio, e não necessariamente uma pesquisa desse teor, portanto
estas possibilidades ficam em aberto para trabalhos futuros.
Uma vez verificado que os
alunos gostam do professor, de que maneira é possível caracterizar a boa
relação entre alunos e professores como facilitadora do sistema de ensino e
aprendizagem?
3.
Afetividade Essencial para esta Atividade Profissional
Parafraseando Zonta e
Ferreira (2006, p.9), “educar é um dos trabalhos mais delicados em termos
psicológicos”. É necessário se ter cuidado com as esferas emocionais de cada
aluno, planejar as aulas e atividades pensando em cada um dos alunos. E nestes
momentos delicados, planejamento e execução das aulas, o professor será
percebido pela turma, e por ele mesmo, como “bom professor”, ou não; mais
importante ainda, estabelecendo laços afetivos com estes sujeitos, sem
negativos ou positivos.
A problematização do que
significa ser um “bom” professor é algo que faz parte do campo individual (cada
profissional buscando este significado na sua própria formação, inicial e
continuada), mas que naturalmente também está sujeito a investigações
científicas.
Em seu trabalho, Cunha
(2010a) elenca e discute o resultado de pesquisas realizadas sobre o
significado desta qualidade, e como este suposto perfil pode ser deslocado
conforme o objetivo da pesquisa (NÓVOA, 1992 apud CUNHA, 2010). Dentre resultados destas pesquisas, tanto
professores quanto alunos destacam a presença de empatia, bom relacionamento,
vocação, motivação (do próprio profissional quanto a capacidade deste de
motivar os alunos).
Cunha complementa com a
afirmação de que o “bom professor” é portador de características reveladoras de
alguém psicologicamente equilibrado, emocionalmente estável (disponibilidade
afetiva Positiva), social e interessado pelos alunos (CUNHA, 2010).
Durante o estágio
docência, esta era uma das preocupações, ser este profissional que atendesse às
diferentes demandas dos escolares. Através dos questionários, e diversas
interações nas aulas durante o período de observação, os alunos já haviam
informado o que gostavam do professor vigente, como gostavam das aulas, como
gostavam de sua prática.
Conforme as respostas da
pergunta 4 (Tabela 1, Tabela 2), foi possível nortear um pouco o exercício da
prática docente. É possível notar que os alunos deram grande importância ao
aspecto afetivo. E talvez este realmente seja um atalho, uma alavanca, um meio
que permita o caminho para ser um bom professor; afinal novas metodologias
podem ser aprendidas durante a formação continuada, mas seriam elas eficientes
sem a apresentação deste lado afetivo para com os escolares?
Rokosz (1988 apud CUNHA, 2010) pediu a estudantes de
Educação Física para que se recordassem do melhor professor que tiveram,
identificando as suas características, o que permitiria ao professor uma
posição de relevo. A resposta dos inquiridos foi em todas as turmas unânime,
pois a maioria dos alunos considerou que os melhores professores foram aqueles
que se interessaram pessoalmente pelos seus alunos, bem como aqueles que os fizeram
sentir-se especiais.
CUNHA (1989) em sua
prática de observação, relata a preocupação dos professores com o clima
favorável no ambiente escolar e com a participação dos alunos. Este é um ponto
muito interessante, buscar pela participação deles nas aulas pode ser fácil ou
não, e acreditamos que a participação deve ser de uma maneira positiva, que os
alunos tenham autonomia para fazer perguntas, para sugerir idéias, para contar
narrativas que se relacionam de algum modo com os temas trabalhados em sala e q
façam sentido para ele.
A mesma autora relata o
quanto percebeu ser positivo o professor se utilizar de indagações durante a
aula para induzir a participação dos alunos. Instintivamente, durante o estágio
aplicamos este tipo de abordagem.
Tornar o ensino mais
condizente com a realidade dos alunos, a princípio pode ser um pouco
desafiador, mas adequando-se a linguagem e trazendo as questões o mais próximo
possível do cotidiano deles, parece tornar mais fácil esta atividade.
Exemplifica-se esta
situação com a introdução da aula de “Características Morfológicas das Folhas”.
Este é um conteúdo curricular que pode ser massante justamente pela quantidade
de nomenclaturas, que os alunos tanto reclamam... No início da aula,
trabalhamos questões motivadoras ao apresentar a seguinte gravura (através de
projetor):
Figura 1.
Diversos exemplos de folhas
Perguntamos “Como são
estas folhas?”. Uma pergunta abrangente, na qual as respostas eram bastante
aproximadas. “São verdes, tem cabinho...”, respondiam os alunos. A partir
disto, partíamos para níveis mais detalhados, apontando para uma das folhas e
perguntando: “como você explicaria esta folha aqui para uma pessoa que não
enxerga?”; apontando para mais uma: “e como você explicaria a diferença no
formato dessas aqui?”
Os alunos pareciam gostar
de tentar responder os “desafios”, pois sequer esperavam sua vez de falar,
indicavam exemplos aproximados com outros materiais: “parece uma estrela,
parece uma arvorezinha”. E assim íamos explorando diferentes características. O
formato da folha era uma delas, mas com outras imagens trabalhamos os tipos de
margem, de nervura, dentre outras. Sempre apresentando imagens de plantas
presentes na região para facilitar o aprendizado, aumentando as chances dos
alunos as reconhecerem e, “as perceberem com outros olhos”.
Nesta mesma aula, após a
apresentação de imagens, foi realizada uma saída na horta da escola, pedindo
que os alunos coletassem exemplares diferentes de folhas e nomeassem diferentes
características. Neste espaço, os alunos tiveram maior oportunidade de
interagir entre si, ajudando-se, interagindo mais com as estagiárias de
docência, fazendo-lhes perguntas, apontando exemplos que achavam interessantes
e dos quais queriam saber mais...
Manter uma boa relação com
os alunos, elaborar e aplicar aulas conforme suas necessidades e
expectativas... Acredito que isto seja “ser um bom professor”. A partir do
questionário aplicado, sabíamos que eles tinham interesses por aulas ao ar
livre, por aulas com vídeos, atividades “diferentes”. Portanto poder montar e
executar o planejamento das aulas com base no desejo deles e também pelo que
nós julgávamos possível ou indispensável, foi muito bom. Um exercício que
deveria ser praticado sempre que possível.
Desde o planejamento das
aulas, já pensamos nos alunos. Damos nossas aulas para os alunos. Acreditamos
ser natural a preocupação de, na medida do possível, atender às suas diferentes
demandas. Esta é uma preocupação saudável que surgiu nas primeiras experiências
pedagógicas, e que deve se manter durante a trajetória profissional.
Naturalmente, nem sempre é possível desenvolver uma atividade que o próprio
profissional julgue ótima, ou a mais adequada para um tema específico sendo
trabalhado, existem outros fatores que podem influenciar no exercício da
profissão (carga horária, espaço escolar, currículo), mas existe sempre a
necessidade de se tentar!
O autor Mizukami (1986 apud LIRA, 2013) afirma que o processo
de ensino depende do caráter individual do professor, como ele se
inter-relaciona com o caráter individual do aluno. Lembrando que esta atividade
profissional expõe ambos componentes a relações interpessoais diariamente, é
natural que ocorram correspondências e/ou divergências neste relacionamento
construído. Cada sujeito tem uma cosmovisão, portanto cada professor terá “um
jeito” de compreender sua prática docente, de ministrar as aulas, de interagir
com os alunos, podendo ser mais impessoal ou não; da mesma maneira, cada aluno
terá sua própria maneira de compreender o momento e espaço da aula, somado a
seus interesses particulares, motivações internas para aprender ou não.
Muitas vezes, em uma
tentativa de motivar os alunos a se dedicarem à disciplina e terem bom
desempenho, pessoas os aconselharam da seguinte maneira: “você tem que gostar
da matéria, e não do professor!”, “você não pode deixar o mau relacionamento
com o professor afetar suas notas!”.
Será que esta
imparcialidade total é possível? Será que esta total interdependência entre
ambos fatores é possível?
Conforme vimos nas
respostas dos questionários, há estudantes que claramente afirmaram gostar da
disciplina de ciências por causa do professor, relembrando aqueles que o mencionaram
como bom exemplo de “bom professor”. Portanto, se há influência para o sentido
positivo, de ter bom desenvolvimento na disciplina, o contrário também pode
ocorrer.
Concordamos com autores
que afirma que o professor deve ser um facilitador da aprendizagem (MOREIRA,
2000). Ele deverá, nesta perspectiva relacionar-se empaticamente com seus
alunos, compreendendo a riqueza que é cada um, esforçando-se por criar um clima
favorável para a aprendizagem, colocando-se como pessoa acessível aos
estudantes. Por se tratar de uma relação humana, não há como prever causas e
efeitos diretos e sempre previsíveis, processos nomológicos, mas há de se
convir que é tarefa primeira do professor mostrar-se acessível aos escolares,
demonstrar solidariedade, estar disposto a dar afeto.
Se o escolar é cativado
pelo professor, haverá algo mais precioso do que meramente uma relação fria
entre “mestre” e “aprendiz”, haverá uma relação de carinho, de interesse, de
preocupação, de motivação. Um se importará com o outro, o professor com o
desenvolvimento e aprendizagem do aluno, o aluno com a dedicação e zelo do
professor.
Quando se mantém um bom
relacionamento, se constrói, de maneira mais adequada, um bom aprendizado. Por
outro lado, se a relação afetiva não se faz presente, poderá influenciar
negativamente o aluno, considerando que o mesmo possa vir a adquirir dificuldades
disciplinares (ZONTA, FERREIRA, 2006).
No questionário aplicado,
não foi perguntado aos escolares qual disciplina eles menos gostavam, mas isto
seria possível de ser feito em trabalhos futuros, afim de investigar se a
atuação do professor tem influência nesta falta de preferência, e de que
maneira ela seria: metodologia das aulas, relacionamento com os alunos...
4.
Quem se Envolve se Desenvolve
“A
dialogicidade é a essência da educação” (FREIRE, 1974), tornando isto verdade,
a relação professor-aluno é horizontal, e não imposta. Há preocupação por parte
do professor com cada aluno em si, com o processo de ensino e aprendizagem, e
não com resultados padronizados.
Professores e alunos devem
estar em sintonia para poder trabalhar, através deste canal há espaço para o
surgimento da afetividade, da aprendizagem de conteúdos da vida para além dos
conteúdos da aula.
Quando surge esta
afetividade, é natural compreender e esperar pela expectativa do aluno de ter a
aula do professor que ele gosta, resultando em um envolvimento maior com o
professor, este facilitador do aprendizado, bem como em mais oportunidade para
o aluno se desenvolver nos caminhos que a disciplina deste professor oferece.
Todo trabalho envolve
algum investimento afetivo por parte do trabalhador, quer seja na relação
estabelecida com outros, quer mesmo na relação estabelecida com o produto de
trabalho, pois, apesar dos diferentes caminhos e dos inevitáveis conflitos, a
afetividade tende se desenvolver e a se consolidar como o mais forte elo, ou
seja, aquele que propicia condições de desenvolvimento da pessoa como um todo
(ZONTA, FERREIRA, 2006).
Não existe a intenção de
afirmar aqui que quando não há qualquer tipo de afetividade entre alunos e
professores, não há também o aprendizado. Claro que há, mas muito provavelmente
apenas uma fixação de conteúdos. Serão significativos? Perdurarão na vida dos
escolares? As experiências pessoais é que darão as respostas. Supõe-se que com
aulas que envolvam os alunos também de uma maneira afetiva, tenham maior
participação nas aulas, e como conseqüência, um aprendizado mais significativo.
De tudo isto uma lição
fica clara, é necessário o envolvimento emocional entre professores e alunos.
Uma vez que exista esta interação, a prática docente se tornará mais prazerosa,
afetiva, efetiva... Isto certamente sensibiliza os alunos a se interessarem
pelas aulas lecionadas com sentimentos positivos e fraternos. Facilitando o
envolvimento, facilita a aprendizagem, a criação de significados para os
conteúdos trabalhados.
De modo algum é intenção
utilizar-se destes sentimentos de companheirismo para “comprar” os alunos,
seduzi-los tão somente para que colaborem nas aulas, ou algo parecido. A
intenção é valorizar esferas humanas além da racionalidade, demonstrar que a
afetividade é necessária e indispensável para relações saudáveis.
O ambiente escolar é um
espaço rico de oportunidades para se demonstrar afeto. Tornar isto como item da
prática docente faz-se, aos olhos da autora, uma necessidade.
Durante o estágio de
docência, intencionou-se ter este tipo de prática, para estabelecer com os
alunos uma relação que fosse além dos muros da interação ‘profissional’.
Durante os intervalos de
classe, nos pequenos espaços de tempo antes ou depois das aulas, os alunos
sempre estão conversando entre si, e este é um ótimo momento para o professor
se aproximar deles, saber dos “assuntos quentes” das aulas, das músicas que
estão ouvindo no momento, dos filmes que estão fazendo sucesso entre eles...
Sempre aproveitávamos estes momentos para conhecê-los melhor.
Descobrir que a turma
inteira gosta do mesmo filme de terror, que alguns alunos gostam de mangá
(inclusive alguns que a autora também lê), quem está afim de quem, são
“informações” que não se aprende por meio de questionários.
Tentávamos utilizar estes
saberes na elaboração das aulas também. Por exemplo, na aula de “Flores”, um
dos slides introdutórios da aula foi sobre um dicionário de flores (Figura 2;
utilizado por volta do século XIX, na França), no qual cada flor significava
uma frase, que poderia ser uma declaração de amor ou exatamente o contrário.
Informações que “não estão no escopo da ciência”, mas que para eles tem grande
importância!
É muito fácil imaginar os
olhares engraçadinhos que trocavam entre si, por saber de casaizinhos entre as
turmas, ou brincar com aqueles colegas que “poderiam ser um par”. Surgiram
também comentários entre eles, um aluno que dizia para outro em especial, “Ah, vou
te dar uma flor laranja, fulano!”.
A legenda das flores está
em francês, uma das estagiárias tem conhecimento da língua e conseguia as
traduzir, no entanto, isto não foi tão necessário, já que os alunos têm aula do
idioma e muitos conseguiam ler as legendas sem muitos problemas.
Figura 2.
Dicionário de Flores, França, séc. XIX.
Ainda na aproximação dos
saberes científicos com os da cultura geral, utilizamos o exemplo de Pokémons
(personagem de animê de mesmo nome) inspirados em plantas reais, como o da
Figura 3.
Durante as aulas
buscava-se ter o discurso de que a Biologia tem a ver com quase tudo no mundo,
que as Ciências estam presentes no nosso cotidiano sempre de uma maneira ou de
outro, para perceber, bastava prestar atenção de vez em quando ou mesmo
sensibilizar o olhar. Dizíamos que muito do que aprendem na escola poderia
estar próximo de situações que viviam. Esta era uma tentativa de motivá-los
também a estudar com outros interesses além de “passar de ano”.
Figura 3. Pokémon
Vileplume insprado a partir da flor Rafflesia
arnoldi
Diversos exemplos poderiam
ser dados de situações que usamos a interconexão de ciências com outras áreas e
situações do cotidiano. Neste quesito, a possibilidade de poder mostrar imagens
grandes através do projetor de sala, ou de fazer estas correlações nas
atividades (fora e dentro da sala de aula) foram muito produtivas.
Houve uma aula em que a
turma fez um passeio à Horta Agroecológica, mantida pelo Grupo de Estudos
Ambientais da Biologia (GRABio), localizada no Centro de Ciências Biológicas.
Uma das atividades da saída foi conhecer plantas novas no local, perceber suas
interações ecológicas e conhecer algumas plantas comestíveis. O momento de
maior alegria no aspecto coletivo da turma (porque cada indivíduo teve seu
próprio momento de maior satisfação) foi conhecer a planta “menta”. Muitos já
comeram balas de menta, chicletes e similares, mas nenhum conhecia a planta!
Poder vê-la, tocá-la reconhecer na planta o sabor natural que encontram artificialmente
em diferentes alimentos foi do agrado de todos.
Em momentos assim,
acredito que seja difícil o próprio professor não ficar contente com o fato dos
alunos terem satisfação em participar da aula, imaginar que este momento foi
especial para eles e que se lembrarão, talvez, que foi “naquela aula da
professora X que conhecemos a planta de menta pela primeira vez”. Novamente,
uma aula planejada, mas com espaço a momentos surpresa como este, a interações
da parte dos alunos, aberta a qualquer tipo de pergunta que eles poderiam
fazer. Reforçamos neste momento a importância do professor ser bastante
capacitado na sua área de formação, para não ficar preso somente a tópicos que
ele intencionou abordar em aula. Os alunos sempre farão perguntas, é bom sempre
saber lidar com elas, seja para satisfazer uma curiosidade pontual, seja para
propor o delineamento de um bom trabalho coletivo...
5.
Estamos no caminho certo?
Uma coisa é o estagiário
se preparar, de acordo com suas experiências vividas na academia, para o
momento de dar aula, ter uma opinião bem formada a respeito de si, se seria um
professor bom ou não (no sentido de se envolver com os alunos, explicar bem a
matéria, elaborar trabalhos interessantes). Outra coisa é o que os alunos
pensarão sobre ele.
No último dia de aula, foi
pedido que os alunos fizessem uma avaliação das estagiárias (Anexo 2). Tinha-se
o interesse de saber o que acharam da metodologia, aulas que acharam mais
interessantes, maneira das estagiárias de lecionar, dentre outras.
Neste texto, será tratado
da avaliação feita sobre a autora, que não teve neste período sua primeira
experiência com ambiente escolar.
As respostas à pergunta
“Você acha que a Veronyca foi uma boa professora? Por quê?” foram bastante
positivas, e se referiam por vezes à metodologia da estagiária e por outras ao
envolvimento afetivo desta com os alunos.
Neste questionário, foi
solicitado aos alunos que não se identificassem, para que pudessem se sentir
mais livres em responder. Ainda assim, houve alguns que fizeram questão de se
identificar, talvez para deixar claro um envolvimento que criaram com as
estagiárias. Para organizar os dados, as fichas foram identificadas de 1 a 23, não sendo possível
fazer uma correspondência entre os questionários do Perfil da Turma com estes.
Tabela 3. Transcrição
simples das respostas à pergunta “Você acha que a Veronyca foi uma boa
professora? Por quê?”
Aluno
|
Resposta
|
1
|
Sim, porque ela é igualzinha ao
Alberto
|
2
|
Sim, porque ela ensina de um jeito muito claro e ela é
legal
|
3
|
Melhor que Claudini porque ela se entrosa com os alunos
facilmente
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4
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Sim, porque ela explica bem, conversa com a gente e é
legal
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5
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Sim, ela é muito divertida, legal, explica bem e etc...
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6
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Sim, ela é legal
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7
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Sim, falando mais relaxadamente, calmamente e nunca
gritou com a gente
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8
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Sim, pois explica de um jeito que fixa minha atenção
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9
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Sim, gosto do jeito que lida com a gente
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10
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Sim, porque ela é engraçada e legal. Sabe explicar
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11
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Sim, porque ela é muito divertida e dinâmica
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12
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Mais ou menos, não gostei muito da técnica dela
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13
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Sim, porque ensina de um modo que conseguimos entender,
além de ser divertida
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14
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Sim, explica direito e quando não entendemos ela
explica claramente e é divertida
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15
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Sim, por ter paciência com a gente
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16
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Sim, pois ela é muito legal e explica muito bem
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17
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Aham... Porque sim
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18
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Sim, ela explicava bem as coisas e nos atendia sempre,
e sempre trazia materiais
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19
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Sim, professora legal
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20
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Sim, porque ela é muito legal!!! Ela tem um jeito legal
de explicar as coisas e também acalma a sala quando está agitada
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21
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Sim, ela explica bem e é um pouco braba, divertida, bem
empolgante
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22
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Sim, muito divertida e atenciosa também
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23
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Gostei muito, ela interage bastante, conversa e nos
explica conversando
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Lendo nas respostas a
importância dada ao aspecto afetivo, e cruzando-as com as respostas das outras
perguntas do questionário, conclui-se que este exercício de docência obteve
êxito. Valorizando não somente aspectos metodológicos, mas também o “aspecto
humano” da profissão.
Os alunos mencionaram
coisas que gostaram nas aulas, que não gostaram, o que aprenderam de mais
interessante... Pelas atividades realizadas por eles, e pela vivência das
aulas, pudemos notar participação das aulas, reforçando que se mantiveram
envolvidos nas aulas, não só por “atividades interessantes”, “atividades fora
da sala de aula”, dentre outros, mas também, e talvez principalmente, por terem
estabelecido vínculos afetivos com as estagiárias.
Considera-se que, quanto
mais cedo na formação de professores, estes aspectos forem declaradamente
trabalhados e desenvolvidos, mas prazerosa poderá se tornar a prática docente,
mas se poderá cativar e se deixar cativar pelos escolares, o ensino será mais
produtivo, as relações humanas, silenciadas de vez em quando por formalidades
impostas, serão plenamente satisfeitas.
Referências
CUNHA, A. C. Representação do “Bom”
Professor: o “bom” professor em geral e o “bom” professor de educação física em
particular. Educação em Revista, v. 11,
n. 2, p.41 – 52, Julho – Dezembro. Marília, PR. 2010. Disponível em <
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/view/2320/1905>
Acesso em 12 de Dezembro de 2014-12-12
CUNHA, M. I. O Bom Professor e sua Prática. Campinas, SP: Papirus, 20ª ed. 1989.
Disponível em < http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=LcDDvVIQy1QC&oi=fnd&pg=PA131&dq=bom+professor&ots=snOK3iTYsx&sig=J8X1t8pgrEw-Qsyc0G2iGPRj0LA#v=onepage&q&f=false>
Acesso em 12 de Dezembro de 2014
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.
MIZUKAMI, M.G.N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. apud LIRA, P. H. P. A
Influência da Relação Professor-Aluno na Motivação/Desmotivação à Aprendizagem.
Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdade UnB Planaltina. Planaltina, DF. 2013.
Disponível em
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/5903/1/2013_PedroHenriquePereiraLira.pdf>
Acesso em 09 de Dezembro de 2014.
MOREIRA, M. A. Aprendizagem
Significativa Crítica. Atas do III Encontro Internacional sobre Aprendizagem
Significativa, Lisboa (Peniche), Portugal. 2000. Disponível em <http://www.if.ufrgs.br/~moreira/apsigcritport.pdf>
Acesso em 9 de Dezembro de 2014
ROKOSZ, S.
Student teaching siminer. Journal of
Physycal Education Recreation and Dance,v.2, n.59, p. 25 – 31. 1988.
ZONTA,
M. A.; FERREIRA, J. P. Afetividade e Educação: a relação professor/aluno
interfere na preferência da disciplina? VI
Congresso Nacional da Educação (EDUCERE), Pontifica Universidade Católica do
Paraná, Curitiba – PR. 2006. Disponível em
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2006/anaisEvento/docs/CI-055-TC.pdf>
Acesso em 8 de Dezembro de 2014
ANEXO
1. Questionário do Perfil da Classe
Colégio de Aplicação UFSC. Aula de Ciências –
Turma 6A
Estagiárias Veronyca e Claudini
QUESTIONÁRIO
Identificação
Nome:__________________________
Idade:____ Data de Aniversário: ______________
A. Sobre sua Vida
1. Você mora com
quem?_____________________________________________________
2. O que gosta de
fazer quando tem tempo livre?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. O que faz quando
usa a internet? Usa muito o computador?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Gosta de ler
(livros, revistas, gibis, mangás, blogs, etc)? Tem algum livro favorito?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Gosta de ver TV?
Tem algum programa ou filme favorito?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Que meio de
transporte usa para ir à escola?____________________________________
7. Diga alguma coisa
de importante que aconteceu na sua vida.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
B. Você na Escola
1. Você gosta de
estudar? Acha que é importante frequentar a escola?
__________________________________________________________________________
2. Qual sua matéria
preferida? Por quê?
__________________________________________________________________________
3. De que tipo de
aula você gosta?
__________________________________________________________________________
4. Como é um bom
professor?
__________________________________________________________________________
5. O que você quer
ser quando crescer?
__________________________________________________________________________
C. Estudo de Ciências
1. Gosta de estudar
ciências? Por quê?
__________________________________________________________________________
2. O que aprendeu de
mais legal na aula de ciências?
__________________________________________________________________________
ANEXO
2. Avaliação das Estagiárias.
COLÉGIO
DE APLICAÇÃO UFSC
Estágio
de Ensino de Ciências
Estagiárias
Claudini H. de Pieri & Veronyca R. C. de Souza
Avaliação das
Estagiárias
Poisé, turminha. Esse
semestre passou beeeeeeem rápido! Nossas aulas também.
Bom, como vocês sabem, nós
duas estamos estudando para sermos boas professoras de Ciências e Biologia, e
vocês podem nos ajudar agora a ver se estamos conseguindo ou não.
Respondam as perguntinhas
abaixo com sinceridade. E podem ficar tranqüilos, ok? Nós não vamos saber quem
respondeu o quê, então sejam mesmo sinceros. ;)
Sobre
as Aulas
1. Estudamos juntos
características e tipos de folha, caule, raiz, frutos, flor, alimentação e um
pouquinho de agroecologia. De qual (quais) aula (s) você gostou mais? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Teve alguma aula, ou
atividade, que você não gostou ou achou chata? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. O que aprendeu de mais
legal com a gente?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Sobre
as Estagiárias
1. Você acha que falamos
de um jeito claro durante as aulas? Teve alguma coisa que fizemos que você não
gostou?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Você acha que a
Claudini foi uma boa professora? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Você acha que a
Veronyca foi uma boa professora? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Gostaria de deixar
algum recadinho?